quinta-feira, 18 de julho de 2013

Evangelho Mt 12, 1-8

          Este Evangelho de hoje, na dinâmica catequética de Mateus, pertence ao terceiro livrinho onde o evangelista vai desenvolver o tema “O Mistério do Reino”. Dentro desse terceiro livrinho, que vai até 13, 52, o evangelista vai nos apresentar pistas que nos auxiliarão a compreender e a vivenciar esse Reino. Desta forma, Mateus quer nos convidar a mergulharmos nas profundidades desse Reino que é justiça e amor.
            O centro da obra de Deus é o ser humano, e cultuar a Deus é fazer o bem ao ser humano. Não se trata de estreitar ou alargar a lei do sábado, mas, de dar sentido totalmente ovo a todas as estruturas e leis que regem as relações entre os seres humanos. Porque, só é bom aquilo que faz o ser humano crescer e ter mais vida. Toda a lei que oprime o homem é contra a própria vontade de Deus, e deve ser abolida. Mateus acrescenta um exemplo para mostrar que a lei do sábado não é absoluta. Jesus, como nova presença de Deus entre os homens, é maior do que o templo, e é Senhor do sábado. Por isso, Ele tem poder para relativizar a lei, propondo a misericórdia como atividade fundamental de Deus para com os homens.
            Agindo dessa forma, Jesus nos ensina que a lei é boa desde que esteja a serviço da vida e da liberdade. Cumprir a lei simplesmente por cumprir, porque é um preceito, é algo que não tem sentido, é um gesto vazio e sem significados. Outra vez aparece o tema da misericórdia. Mateus repete uma frase dita pelo profeta Oséias “Quero misericórdia e não o sacrifício” porque percebe um enrijecimento  por parte de algumas pessoas, o que impede a comunidade de crescer e de ter uma vivencia da vida fraterna.
                Acredito que está na hora de deixarmos de lado a nossa hipocrisia que se fundamenta em falsas convicções religiosas e deixar que a misericórdia fale mais forte em nossos corações. É preciso que nos aproximemos mais uns dos outros, mas com amor no coração para acolhermos o nosso irmão que sofre. Que nós sejamos mais misericordiosos para com o nosso próximo e façamos a vida acontecer. Vida, essa, que tem como força motora o amor.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Evangelho Mt 9, 9-13

           Este episódio de hoje, que é o chamado de Mateus, dentro da dinâmica catequética do evangelista, pertence ao segundo livrinho que trabalha “A dinâmica do Reino”. O evangelista procura deixar claro para a sua comunidade, que era composta por judeus convertidos ao cristianismo, que Justiça do Reino se dá essencialmente na prática da misericórdia.
            O texto bíblico afirma que Jesus estava sentado à mesa, na casa de Mateus. Junto com ele estavam alguns cobradores de impostos e pecadores. Tratava-se de homens cujos costumes pessoais ou cuja profissão mal afamada os tornavam “impuros” e indignos de convivência. Eram, sobretudo, suspeitos por não observarem muitas leis referentes a alimentação e donde surgiam problemas de comensalidade. Com a citação de Oséias 6, 6, Mateus esclarece o sentido da missão de Jesus: a justiça do Reino é inseparável da misericórdia.
            Esta experiência deste evangelho de hoje nos ensina muito, pois, nos ensina a romper com estruturas que nós mesmos criamos e não deixamos que essa misericórdia de Deus aconteça em nós e por meio de nós. Jesus rompe os esquemas sociais que dividem os homens em bons e maus, puros e impuros. A impressão que se tem é de que o ser humano faz exatamente o contrário daquilo que Jesus nos ensina. Enquanto Ele rompe com essas estruturas, nós criamos outras estruturas que nos impedem de criarmos novas relações mais justas e humanas.
            Está na hora de acabarmos com tanta hipocrisia que existe em nossa sociedade e em nossas igrejas. Precisamos aprender que a misericórdia é fruto de um amor que não tem limites, nem barreiras, nem fronteiras, não se impõe e nem exclui ninguém. Precisamos aprender que o amor não é simplesmente um sentimento, pois, dizer “eu te amo” até o pior de todos os bandidos pode dizer. Precisamos aprender que o amor é, acima de tudo, uma atitude, ou seja, temos que ter atitudes que falem de amor.