Este Evangelho de hoje,
na dinâmica catequética de Mateus, pertence ao terceiro livrinho onde o
evangelista vai desenvolver o tema “O Mistério do Reino”. Dentro desse terceiro
livrinho, que vai até 13, 52, o evangelista vai nos apresentar pistas que nos
auxiliarão a compreender e a vivenciar esse Reino. Desta forma, Mateus quer nos
convidar a mergulharmos nas profundidades desse Reino que é justiça e amor.
O centro da obra de Deus é o ser humano, e cultuar a Deus
é fazer o bem ao ser humano. Não se trata de estreitar ou alargar a lei do
sábado, mas, de dar sentido totalmente ovo a todas as estruturas e leis que
regem as relações entre os seres humanos. Porque, só é bom aquilo que faz o ser
humano crescer e ter mais vida. Toda a lei que oprime o homem é contra a
própria vontade de Deus, e deve ser abolida. Mateus acrescenta um exemplo para
mostrar que a lei do sábado não é absoluta. Jesus, como nova presença de Deus
entre os homens, é maior do que o templo, e é Senhor do sábado. Por isso, Ele
tem poder para relativizar a lei, propondo a misericórdia como atividade
fundamental de Deus para com os homens.
Agindo dessa forma, Jesus nos ensina que a lei é boa
desde que esteja a serviço da vida e da liberdade. Cumprir a lei simplesmente
por cumprir, porque é um preceito, é algo que não tem sentido, é um gesto vazio
e sem significados. Outra vez aparece o tema da misericórdia. Mateus repete uma
frase dita pelo profeta Oséias “Quero misericórdia e não o sacrifício” porque
percebe um enrijecimento por parte de
algumas pessoas, o que impede a comunidade de crescer e de ter uma vivencia da
vida fraterna.
Acredito que está na hora de deixarmos de lado a nossa
hipocrisia que se fundamenta em falsas convicções religiosas e deixar que a
misericórdia fale mais forte em nossos corações. É preciso que nos aproximemos
mais uns dos outros, mas com amor no coração para acolhermos o nosso irmão que
sofre. Que nós sejamos mais misericordiosos para com o nosso próximo e façamos
a vida acontecer. Vida, essa, que tem como força motora o amor.