Este evangelho de hoje
ainda pertence ao conhecido “Sermão da montanha”, um longo discurso que Jesus
profere onde ele vai dar alguns ensinamentos e orientações para a multidão.
Lembrando que, dentro da dinâmica catequética de Mateus, estamos dentro do
primeiro livrinho que trabalha “A Justiça do Reino”.
Neste discurso, Mateus realmente quer desenvolver em cada
um de nós a dimensão dos valores que são fundamentais para as nossas vidas.
Desta forma, o evangelista já nos prepara para o episódio que vem a seguir que
é o lindíssimo e antropológico discurso dos lírios do campo, que é conhecido
como “Olhai os lírios do campo”. O discurso dos lírios do campo nos mostra o
verdadeiro valor que o ser humano tem aos olhos de Deus e nos leva a fazermos
vários questionamentos, como por exemplo: Qual o valor que o ser humano tem
para mim? O quê a presença do outro em minha vida me traz, me desperta? Qual o
lugar Deus ocupa em minha vida e em meu coração? (Cf. Mt 6, 25-34 e Sl 8).
Todo ser humano, consciente ou inconscientemente, tem na
vida um valor fundamental, um absoluto que determina toda a sua forma de ser e
viver. Em nossas vidas, qual é o absoluto: Deus ou as riquezas? Deus leva o ser
humano à liberdade e à vida, através da justiça que gera a partilha e a
fraternidade. As riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando o
ser humano à escravidão e à morte. É preciso escolher a qual dos dois queremos
servir. “Hoje eu tomo o céu e a terra como testemunhas contra vocês: Eu lhes
propus a vida ou a morte, a benção ou a maldição. Escolhe, portanto, a vida
para que você e seus descendentes possam viver” (Dt 30, 19).
Aprendamos, pois, com Jesus a olhar para o homem e para a
mulher e ver aquilo que eles realmente são: seres humanos. E como todo ser
humano merecem e devem ser respeitados e, acima de tudo, amados. Que os nossos
olhos sejam verdadeiramente as lâmpadas do nosso coração. Que o nosso olhar
para a humanidade seja o olhar misericordioso, cheio de ternura e acolhedor de
Jesus para com nossos irmãos e irmãs. Amém!
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